Identidade ameaçada

Identidade ameaçada

No dia 4 de abril de 2012 (185 anos do nascimento de João Niederauer Sobrinho), fui agraciado com o distinto Diploma ao Mérito Niederauer.

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01 Fevereiro 2018 – Diário de Santa Maria

No dia 4 de abril de 2012 (185 anos do nascimento de João Niederauer Sobrinho), fui agraciado com o distinto Diploma ao Mérito Niederauer.

A honraria militar é concedida pela 6ª Brigada de Infantaria Blindada – Brigada Niederauer àquelas pessoas que, por suas ações e presenças, colaboram com a instituição, promovendo ações de integração entre a unidade militar e a comunidade. Confesso que, até então, pouco sabia sobre o coronel João Niederauer Sobrinho.

Conforme o professor José Antonio Brenner (em seu blog Brenner de Santa Maria),

“ele nasceu na colônia alemã de Três Forquilhas no dia 4 de abril de 1827. Filho de imigrantes alemães, foi batizado como Johannes, nome de seu padrinho e tio, e por essa razão passou a ser chamado de João Niederauer Sobrinho. Sua família mudou-se para Santa Maria, em 1840. Depois de quatro anos, Niederauer Sobrinho também se mudou. Depois de incursões militares na Argentina e no Uruguai, como oficial da Guarda Nacional, Niederauer seguiu para a Guerra do Paraguai, como tenente coronel e comandante do 7° Corpo de Cavalaria, organizado por ele, em Santa Maria. Faleceu após a vitória, na Batalha do Avaí, em 13 de dezembro de 1868, aos 41 anos de idade”.

Ainda de acordo com professor Brenner, “em sua honra foi erguido um monumento em Santa Maria, o mais antigo e mais importante da cidade, inaugurado em 10 de setembro de 1922”. Além disso, o coronel Niederauer (paradigma do cidadão-soldado) foi escolhido Patrono da Brigada pelos exemplos legados: dedicação, coragem e amor ao Brasil.

Lamentavelmente, em dezembro de 2012, a coroa de folhas de louro e acanto, que circunscrevia a inscrição “Pátria, Honra e Valor” foi furtada. Exemplos típicos de negligência, desmazelo e desrespeito com os valores do passado tem sido frequentes em Santa Maria (e por que não dizer em todos os recantos do país).

Tivemos no dia 3 de janeiro deste ano, mais um episódio triste em relação ao descaso com o patrimônio histórico. Foi encontrada a cabeça do busto em homenagem ao santa-mariense João Cezimbra Jacques, que fica na Praça General Osório, conhecida como Praça do Mallet, em Santa MariaA estrutura foi alvo de vandalismo.

Argentina (Buenos Aires) – 2014

Bem, foi no seio familiar e no ambiente escolar que aprendi a valorizar a história de meus antepassados e da pátria onde nasci. Agora, um belo exemplo dessa comunhão cidadão-pátria, quem me demostrou foram nossos hermanos.

Visitei Buenos Aires – pela primeira vez – em novembro de 2014. Fiquei encantado pela grande variedade de atividades culturais que se refletem em diferentes expressões artísticas, como o teatro, a pintura, a escultura, a música e a literatura.

Buenos Aires é uma das grandes capitais do teatro. O teatro Colón é um ponto de referência nacional para os espetáculos de ópera e música clássica.

Em três dias de viagem, conheci Puerto Madero, Caminito, La Boca, Palermo e etc. Saboreei gostosos vinhos, a cerveja Quilmes, milanesa com papa e carnes suculentas (bife de chorizo).

Assisti à uma exibição de tango, gênero musical mais tradicional da Argentina. Tirei fotos no estádio La Bombonera do Boca Juniors. Vi a Plaza de Mayo, o Obelisco, Cementerio de la Recoleta e a Casa Rosada.

Foi uma viagem incrível, divertida e instrutiva.

O maior aprendizado da viagem foi a forma respeitosa que os argentinos tratam seus monumentos. O zelo pelo monumento à famosa personagem Mafalda, por exemplo, um ícone argentino, é impressionante. A ideia de monumento está relacionada com lembrança, memória, herança cultural, identidade e etc.

Essa lição argentina de cidadania, respeito pelo patrimônio público, de dar valor a sua memória coletiva, ao seu passado, reforçou uma visão particular que tenho em relação aos monumentos no Brasil: temos de preservá-los e enaltece-los. Se não o fazemos tem algo errado aí.

Para bem ou para mal: não vamos demolir os engenhos de açúcar porque eram acionados por escravos; nem queimar ou proibir livros porque não apreciamos as ideias e pensamentos neles contidas. Tudo são monumentos, são referências à cultura humana como um todo. Neles está contida a capacidade do ser humano para produzir coisas maravilhosas ou tenebrosas, que não devemos esquecer para não repetir. Concordam com isso?

E, neste sentido, percebo que o(s) caminho(s) para o nosso aprimoramento como povo – brasileiro – se traduz na forma como lidamos com o passado e, principalmente, como o projetamos para o futuro.

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