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06 Janeiro 2019 – Diário de Santa Maria
“A rua em torno era um frenético alarido
Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa
Uma mulher passou, com sua mão suntuosa
Erguendo e sacudindo a barra do vestido.
Pernas de estátua, era-lhe a imagem nobre e fina
Qual bizarro basbaque, afoito eu lhe bebia
No olhar, céu lívido onde aflora a ventania,
A doçura que envolve o prazer que assassina.
Que luz…e a noite após! Efêmera beldade
Cujos olhos me fazem nascer outra vez,
Não mas hei de te ver senão na eternidade?
Longe daqui! Tarde demais! Nunca talvez!
Pois de ti já me fui, de mim tu já fugiste
Tu que eu teria amado, ó tu que bem o viste!”
Relembrei do poema A passante de Charles Pierre Baudelaire (1821-1867) quando contemplava, em êxtase, o pôr do sol às margens do rio Sena no Parque Jardins du Trocadéro.
A vida é como um poema. O poema é um veneno que inocula em nosso espírito uma inquietação que não dissipa uma vez passada a experiência da embriaguez. “Com Baudelaire aprendi, finalmente, que a poesia é o começo do pensamento.
Neste ambiente de inspiração e paixão, meus olhos marejavam e meu coração galopava em ritmos frenéticos. Respirei fundo. Paris é romântica, emocionante, histórica. Paris é vibrante, elegante. Paris mexe com o coração e a alma.
As pontes de Paris, as tulipas, os monumentos, as lojas deslumbrantes, os ballets, o croque-monsieur, todo requinte, o sotaque, os cafés, os vinhos, o Arco do Triunfo, a Torre Eiffel, o Louvre, os boulevards, a Champs Élysée.
Paris, a cidade da luz. Inesquecível em minhas memórias e em meus sonhos como a doce passante.
Caro leitor, merci. Até a próxima viagem: Barcelona