Belo Horizonte (2014): Semifinal da Copa do Mundo (Brasil 1 x 7 Alemanha)

Belo Horizonte (2014): Semifinal da Copa do Mundo (Brasil 1 x 7 Alemanha)

Colunista José Renato Ferraz comenta a viagem a Belo Horizonte e a Copa do Mundo

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25 Outubro 2019 – Diário de Santa Maria

 

Confira a coluna do José Renato

 

Ficamos velhos. Ficamos trêmulos. Passamos as noites insones a escutar os sussurros desordenados de nossas artérias. Sentimos saudades dos beijos apaixonados. Então sentimos o mundo ao nosso redor ser devastado por imbecis e cretinos perversos. E saber que nossa honra foi levada aos esgotos por mentes rasas e ideológicas. Só há uma resposta para tudo isso: aprender.

Esses pensamentos confusos fluíam e refluíam na minha mente imprudente. Estava no ônibus retornando para o Othon Hotel em BH. A Seleção brasileira tinha sido derrotada facilmente no Mineirão. O fatídico 7 a 1.

 

 

Estava em silêncio. “Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade”. Fiquei pensando sobre as derrotas das nossas vidas. Pensei sobre a coleção de fracassos que temos e teremos em nossa trajetória terrena. Refleti sobre os tropeços da vida.

Por que levantamos toda manhã depois de insucessos na vida profissional e pessoal? Qual a razão que acordamos toda manhã com disposição e alegria? Sonhos? Família? Carreira? Novas experiências?

O que faz você despertar toda manhã e viver após inúmeros reveses?

Acordei cedo e saí para passear com a minha irmã. Visitamos diversos locais maravilhosos de BH: Museu da Praça da Liberdade, o conjunto arquitetônico da Pampulha, a Igrejinha de São Francisco, o Instituto Inhotim (um dos mais belos museus de arte contemporânea do mundo), parques, o mirante do Mangabeira, o Mercadão e etc.

 

 

Belo Horizonte é conhecida por ter diversos botecos e restaurantes. A culinária mineira é umas das mais gostosas e prazerosas do Brasil. Os mineiros dizem que as pessoas em BH estão “sempre bebendo para comer ou comendo para beber”. A ordem não importa. O que importa mesmo é degustar e aproveitar o melhor de BH na mesa de bar. Foram dias inesquecíveis… apesar de…

Voltei outras vezes para Belo Horizonte muito bem acompanhado.

Vivenciei outras derrotas da Seleção brasileira pela TV.

Colecionei também na minha vida pessoal e profissional alguns fracassos.

 

 

No entanto, todas essas aventuras e desventuras do passado, do presente e muitas que virão do futuro foram e serão motivadoras e enriquecedoras. Ainda não sei qual a razão de despertar com ânimo e alegria todas as manhãs… Talvez seja testemunhar o dom divino de estar vivo.

 

 

No entanto, o poema do grande poeta argentino Borges me fez muito sentido e me faz mais forte para continuar vivendo:

 

“O tempo é a substância de que sou feito.

O tempo é um rio que me arrasta, mas eu sou o rio.

É um tigre que me destroça, mas eu sou o tigre.

É um fogo que me consome, mas eu sou o fogo”.

 

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